Webquest: o novo "trabalho de casa": Difference between revisions

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A idéia básica do '''Webquest''' foi desenvolvida pelo educador americano Bernie Dodge. Mas não vamos aqui nos deter em detalhes muito técnico-pedagógicos. Você pode ler mais detalhes sobre o Webquest nesse [http://www.webquest.futuro.usp.br/ link para o site da Escola do Futuro da USP]. Vamos dar apenas um exemplo prático, bem simples, de como seria o uso de <b>Webquest, adaptado aos recursos do projeto OLPC</b>.
A idéia básica do '''Webquest''' foi desenvolvida pelo educador americano Bernie Dodge. Mas não vamos aqui nos deter em detalhes muito técnico-pedagógicos. Você pode ler mais detalhes sobre o Webquest nesse [http://www.webquest.futuro.usp.br/ link para o site da Escola do Futuro da USP]. Vamos dar apenas um exemplo prático, bem simples, de como seria o uso de <b>Webquest, adaptado aos recursos do projeto OLPC</b>.


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#* Farão reuniões, no lugar que quiserem, onde poderão ler em conjunto (cada um no seu micro) o material e discutir o texto final a apresentar, as ilustrações a anexar etc.
#* Farão reuniões, no lugar que quiserem, onde poderão ler em conjunto (cada um no seu micro) o material e discutir o texto final a apresentar, as ilustrações a anexar etc.
#* Se morarem perto (a distância depende da abrangência da tecnologia que suporta o "Mesh") poderão ficar, cada um em sua casa, se comunicando pelo [[Chat]].
#* Se morarem perto (a distância depende da abrangência da tecnologia que suporta o "Mesh") poderão ficar, cada um em sua casa, se comunicando pelo [[Chat]].
# Cada aluno deverá '''colocar no seu [[Blog]]''', dia a dia(?), suas experiências pessoais com relação ao trabalho que o grupo está fazendo (uma espécie de diário).
# Cada aluno deverá '''colocar no seu Blog''', dia a dia(?), suas experiências pessoais com relação ao trabalho que o grupo está fazendo (uma espécie de diário).
# Quando o trabalho estiver pronto, o Wiki será tornado '''"compartilhado"'''.
# Quando o trabalho estiver pronto, o Wiki será tornado '''"compartilhado"'''.



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A idéia básica do Webquest foi desenvolvida pelo educador americano Bernie Dodge. Mas não vamos aqui nos deter em detalhes muito técnico-pedagógicos. Você pode ler mais detalhes sobre o Webquest nesse link para o site da Escola do Futuro da USP. Vamos dar apenas um exemplo prático, bem simples, de como seria o uso de Webquest, adaptado aos recursos do projeto OLPC.

Como o nome está dizendo, Webquest seria basicamente um questionário a ser respondido usando os recursos da web. Mas é mais do que isso. Vejamos um exemplo.

Digamos que você é um professor e resolva criar um Webquest sobre a "Descoberta da América".

Preparação

  1. Primeiro você procura escolher um foco/tema relevante, autêntico, interessante, que incentive a análise e transformação da informação a ser pesquisada.
  2. A seguir, você monta uma série de questões. Por exemplo:
    • Como era a situação do comércio internacional na Europa no século XIV?
    • Quem foi Cristóvão Colombo (pequena biografia)?
    • Por que as grandes navegações para longe das costas não eram possíveis antes do século XV?
    • etc. etc.
  3. Depois, pesquisa a existência de livros sobre o assunto a serem baixados (no formato DjVu ou PDF ) para serem lidos no Evince (leitor de documentos), instalado em cada micro de aluno. Essa pesquisa se estende para a internet com artigos da Wikipédia e outros sites.
  4. Você então analisa os recursos para ver se os conteúdos são confiáveis e se a linguagem do site está apropriada para a faixa etária para quem a WebQuest está sendo dirigida. Pode se estender também para livros da biblioteca da escola ou bibliotecas públicas.

Aplicação

  1. Divida sua turma em grupos de 3 ou 4 alunos e passe esse material para eles. A idéia não é que eles apenas respondam as questões mas que escrevam um texto, com ilustrações, que conterá as respostas às perguntas.
  2. Esse trabalho será "publicado" no Wiki de um dos participantes do grupo, para ser compartilhado por toda a classe. Serão sorteados também 3(?) grupos para apresentação oral perante a classe -usando compartilhamento de imagens.
  3. Os grupos vão se reunir na escola ou fora dela. Na escola acessarão o material e "baixarão", o que acharem interessante, para a memória flash do micro.
    • Farão reuniões, no lugar que quiserem, onde poderão ler em conjunto (cada um no seu micro) o material e discutir o texto final a apresentar, as ilustrações a anexar etc.
    • Se morarem perto (a distância depende da abrangência da tecnologia que suporta o "Mesh") poderão ficar, cada um em sua casa, se comunicando pelo Chat.
  4. Cada aluno deverá colocar no seu Blog, dia a dia(?), suas experiências pessoais com relação ao trabalho que o grupo está fazendo (uma espécie de diário).
  5. Quando o trabalho estiver pronto, o Wiki será tornado "compartilhado".

Acreditamos que cada aluno se interessará em ler os trabalhos dos outros para compará-los com o de seu grupo. Depois haverão as três apresentações orais para toda a classe (com eventual debate). Isso ajudará a "fixar" o conhecimento sobre o assunto na memória de cada aluno.

Como vocês podem ver é uma técnica educacional super simples quando se tem recursos como os do projeto OLPC.

Depoimento

Sobre o uso de Webquests no projeto OLPC Brasil, Cristiana Mattos Assumpção, coordenadora de Tecnologia na Educação do Colégio Bandeirantes de São Paulo, comentou:

"Eu fiquei muito feliz de ver [...] a idéia de WebQuest no projeto. É uma estratégia fantástica, fácil (mas não simples), e pedagogicamente rica.

Cristiana.jpg

Eu venho trabalhando com WebQuests desde 1998, quando estava fazendo mestrado e doutorado em NY. Já venho treinando professores nessa estratégia desde então, e gostaria só de alertar para algumas falácias comuns que ocorrem com qualquer idéia que começa a ficar muito popular. Por parecer simples, a maioria das pessoas cria WebQuests que estão tecnicamente certas, mas a parte principal, que é uma tarefa desafiadora, acaba não acontecendo. Nem os processos cognitivos para os quais a estratégia foi desenvolvida.

Ano passado eu fiz um workshop com o próprio Bernie Dodge, promovido pelo Senac SP, e ele falou que para ele, 90% das WQs não são o que ele esperaria ver. Tanto é que ele criou uma ferramenta chamada Questgarden , que espero que logo tenha em português, justamente para ver se ao criar webquests usando essa ferramenta, ajudaria a aumentar a qualidade do produto final. Nessa ferramenta, ele ajuda o autor passo a passo, inclusive falando que partes deve desenvolver primeiro, embasando cada passo com a teoria pedagógica que fundamenta o por que daquele passo, e dando dicas e modelos a serem seguidos. Quando tiver essa ferramenta em português, eu sugiro que recomendemos que todos os professores a utilizem para desenvolver suas WebQuests.

O principal da WebQuest é escolher um tema relevante, que provoque discussão, reflexão, pesquisa, análise, autenticidade. Depois, o ponto chave é a Tarefa! Essa tarefa deve encorajar processos de pensamento crítico, julgamento, design (habilidades do mundo real, não do mundo fictício da escola). O aluno deve ser confrontado com um problema que seja difícil demais para ele resolver sozinho. Isso encoraja o trabalho em equipe. Ele aprende a ficar co-dependente de colegas que também contribuem com seu conhecimento, experiências, habilidades. Assim os alunos aprendem que juntos podem mais do que sozinhos. Aí entra forte a colaboração. Outra habilidade muito valorizada no OLPC.

E o produto pedido tem que forçar os alunos a internalizarem o que pesquisaram e transformarem em algo que é de autoria deles. Evitar algo que possa levar ao "Copiar - Colar". Textos são bons, contanto que sejam originais. Melhor ainda são posters, cartazes, panfletos, histórias em quadrinhos, filmes, debates, mesas redondas... enfim, produtos e modos de apresentação que tornem impossível simplesmente regurgitar a informação.

Lá no Colégio já estamos fazendo WebQuests em várias séries, sobre vários assuntos (História, Geografia, Biologia, Inglês, Português...). Os alunos adoram trabalhar dessa maneira! Se matam e trabalham muito mais do que antes quando tinham o mesmo assunto da forma tradicional. Envolvem os pais, outros professores, pesquisam livros na biblioteca, são super criativos. É uma delícia de ver. E o índice de aprovação pelos alunos ao fazer essa atividade é de 90% (ou seja, 90% deles recomendam que se repita essa atividade com os alunos no ano seguinte). Sempre fazemos uma avaliação para os alunos poderem nos dizer o que acharam. Essa avaliação é sempre importante ao implementar um novo projeto.



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